Dia do índio, ainda temos o que comemorar?

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São mais de 500 anos de opressão e exploração. Historicamente, é impressionante imaginarmos a resistência indígena no Brasil, em meio a tanto progresso latente e agressivo, ainda possua uma população com quase 1 milhão índios no país. Sem falar nas mais de 300 etnias que defendem sua cultura, seu folclore e suas tradições milenares. Este assunto tem sido pautado por diversos brasileiros ilustres, alertando a sociedade sobre o risco da disseminação covarde da cultura indígena, cujos responsáveis são os primeiros a defenderem a natureza.

As respostas para tantas questões que assolaram a humanidade, foram sanadas a partir das experiências e tradições indígenas, seja no combate à malária com o extrato da casca de cinchona, no desenvolvimento para o analgésico mais popular do mundo (Aspirina) que saiu da casca do salgueiro; ou ainda o jaborandi que é utilizado no tratamento do glaucoma. Além disso, o índio entende que problemas de saúde envolvem não somente o corpo, mas também o espírito e a mente; talvez o índio seja mais avançado do que a mais avançada das tecnologias.

Talvez um dia, aprenderemos com a simplicidade de um índio a tratar a natureza com respeito, valorizando o que é óbvio e realmente importante à vida: a alegria de viver em paz consigo mesmo e com a comunidade.

O momento é oportuno para uma reflexão, já que a corrupção no país vem sendo tratada, explicitamente, como nunca foi anteriormente na história do Brasil. É utópico acreditar que a ingenuidade e pureza do índio tenha representação em uma sociedade moderna. Espera-se, porém, que pelo menos; sirva de exemplo, para todos aqueles que colocam seus interesses pessoais acima das questões básicas, excluindo o mínimo de dignidade para a população. Talvez, se os nossos governantes conhecessem os estudos de Darcy Ribeiro sobre a antropologia da civilização teriam entendido o real significado do termo Comunidade.

Apesar de tudo o que passaram nestes anos de exploração, a comunidade indígena continua firme em suas tradições. E, mesmo sem muitos motivos para comemorar, ainda devemos celebrar e lembrar destas pessoas que ajudaram a formar este país, miscigenado e fantástico por natureza.