Água – Fonte da Vida
A seca de 1877 no Nordeste matou cerca de 500.000 pessoas por sede, inanição e epidemias. Esse problema histórico fez com que artistas sensibilizados com a situação, compusessem músicas sobre o tema, verdadeiros poemas sobre as mazelas e lamentações deste povo sofrido.
Na década de 1930 um médico mineiro compôs “Maringá” que se tornou um clássico da música brasileira, que denunciava o êxodo dos nordestinos, dentre eles a cabocla Maria do Ingá. A música teve tanto sucesso que, em 1947, foi criado um município no Paraná com o nome de Maringá. Nesse mesmo ano o grande Luiz Gonzaga, compôs aquela que talvez seja a mais popular de todas as músicas sobre o tema “Asa Branca”. Outra música de Gonzagão que relata com sutileza a importância da água é o Xote das meninas “Quando faço um protesto, chamo a atenção das autoridades para os problemas, para o descaso do poder público, mas quando falo do povo nordestino não posso deixar de dizer que ele á alegre, espirituoso e brincalhão” dizia o Rei do Baião.
A década de 1980 foi um dos piores períodos para a economia nordestina, com uma seca impiedosa, a migração foi permanente e a pobreza eminente. Foi nesse momento conturbado que cerca de 150 poetas, compositores e artistas de renome nacionalmente, lançaram pelo sindicato dos músicos profissionais do Rio de Janeiro a “Nordeste Já”. A campanha arrecadava fundos para as vítimas da seca com a venda de um compacto em todo Brasil, nas agências da Caixa Econômica Federal. A música “Chega de Mágoa” foi uma criação coletiva de vários expoentes da música brasileira, como: Roberto Carlos, Erasmo, Milton, Chico, Rita Lee e Gonzaguinha que se uniram a vozes genuinamente nordestinas, como Zé Ramalho, Elba Ramalho, Luiz Gonzaga, Fagner e Geraldo Azevedo, entre muitos outros. Mais de Trinta anos depois, o apelo continua atual e necessário.
Veja o Clipe de “Chega de Mágoa”